Nuno Côrte-Real, direção musical
BERLINER SYMPHONIKER
13 de abril / domingo, 15:30 – Philharmonie, Berlim
23 de abril / quarta-feira, 21:00 – Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra
bilhetes à venda nos locais habituais
24 de abril / quinta-feira, 21:00
Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa
entrada gratuita
W. A. Mozart (1756 – 1791)
Abertura da ópera “A flauta mágica”
N. Côrte-Real (n. 1971) Sinfonia 2022
I. In search of darkness II. Song of death
III. Fado (apocalyptic song) IV. Nuclear marching band
J. Brahms (1833 – 1897)
Sinfonia N0 1, em Dó menor, op. 68
I. Un poco sostenuto – Allegro
II. Andante sostenuto
III. Un poco allegretto e graciozo
IV. Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro
Considerada como uma das principais orquestras da Alemanha, a Berliner Symphoniker começou a sua actividade em 1967, sendo então denominada Symphonisches Orchester Berlin. Renomeada em 1990, é a 1a vez que actua em Portugal.
Die Zauberflöte [A Flauta Mágica], kv620, é a derradeira ópera de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), tendo estreado em Viena, a 30 de Setembro de 1791, a escassas semanas da morte do compositor. Conta a história de 2 príncipes apaixonados, Tamino e Pamina, que triunfam sobre os tremendos obstáculos que lhes são colocados, por entre cerimoniais iniciáticos, simbologia esotérica (o número 3) e magia infantil, da autoria de Emanuel Schikaneder (1751-1812). Graças a Mozart, e à variedade de soluções musicais convocada, a ópera revela uma coerência dramática espantosa. A Abertura, hoje em concerto, consiste na fórmula musical ABAB, em que A corresponde a um solene Adagio, três acordes ascendentes (o número 3 e a sua simbologia) e B a um Allegro fugato, demonstração da perícia contrapontística mozartiana, a que se vem juntar um sinuoso tema secundário no oboé e flauta.
A Sinfonia 2022, de Nuno Côrte-Real (1971), resulta de uma encomenda do Teatro Nacional de São, aí tendo estreado a 13 de Janeiro de 2023, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo compositor. Obra de carácter “sombrio, tétrico e ominoso”, nas palavras de Côrte-Real, é uma “visão pessoal e espiritual” sobre a indefinição violenta que fustiga a civilização, sem abdicar da sua imagética plena de ironia. O 10 andamento apresenta um ostinato que nos suga para um vortex, o 20, de pendor mahleriano, o 30 andamento, um fado, momento de leveza dolente face à complexidade da vida e um 40 andamento, uma marcha grotesca rumo à destruição total.
Concluída em finais de 1876, após um longo processo criativo de mais de 20 anos, a Sinfonia n.0 1, em Dó menor, op. 68, de Johannes Brahms (1833-1897) estreou a 4 de Novembro de 1876, no Großherzogliche Hoftheater de Karlsruhe, sob direção de Felix Otto Dessoff (1835-92). À época, Brahms era encarado como o herdeiro de Beethoven (1770-1827) e da tradição sinfónica germânica, por oposição à música do futuro (a progressiva dissolução da forma e da harmonia tradicional) de Liszt (1811- 86) e Wagner (1813-83). De arquitetura musical sólida, a sinfonia assenta numa série de quadros sonoros contrastantes, de subtilezas rítmicas, cores e planos sonoros originais, partindo da habilidade de Brahms para trabalhar os temas melódicos. O 10 e 40 andamento complementam-se: a tensão e inquietude iniciais dão lugar ao otimismo heróico do último. O 20 andamento é de carácter intimista e bucólico, ao passo que o 30 andamento, o scherzo com ecos do imaginário pastoril campestre qual caminhante pelo campo.