CONCERTO “FILARMONICA ARTURO TOSCANINI” > 5 & 6 NOV

5 nov. / terça-feira / 21h30

TEATRO-CINE TORRES VEDRAS

bilhetes à venda nos locais habituais

6 nov. / quarta-feira /21h00

AULA MAGNA DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
entrada gratuita

N. Côrte-Real (n. 1971) Banksters Suite (da ópera Banksters)

Sinfonia no 6 em Fa Maior “Pastoral”, op. 93

Mihaela Costea, /violino
Nuno Côrte-Real / direção musical

FILARMONICA ARTURO TOSCANIN

Encomenda do Teatro Nacional de São Carlos a Nuno Côrte-Real (1971), a ópera Banksters estreou em 2011, com libreto de Vasco Graça Moura (1942- 2014), segundo a peça de teatro Jacob e o Anjo (1930) de José Régio (1901- 1969). O nome resulta da junção da palavra bankers [banqueiros] com gangsters [bandidos]. Santiago Malpago, grande senhor da finança, é visitado por Angelino Rigoletto (anjo ou demónio?) com a missão óbvia de levar o banqueiro à ruina, ardil lançado por Mimi Kitsch, mulher de Santiago, de uma ambição desmesurada. Em estreia absoluta, a Banksters Suite (2024) recupera os principais ambientes sonoros da ópera, assumindo-se como uma narrativa sem palavras.
Figura de referência do panorama musical francês, Marc-Olivier Dupin (1954) compôs Variações sobre a Traviata de Verdi em 2011, uma sucessão das principais melodias da famosa ópera (1853) do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901). Por último, a Sinfonia n.o 6, op.68, composta num período particularmente difícil da vida de Ludwig van Beethoven (1770-1827), em que a surdez se manifestava de forma irreversível. Esboçada em 1802, o grosso da sua escrita decorreu entre 1806 e 1808, enquanto a Sinfonia n.o5, op.67, era terminada. Em plena segunda fase criativa, o chamado estilo heróico, Beethoven utiliza a Música enquanto meio para expressar realidades e conteúdos extra- musicais, uma retórica musical relacionada com a evocação explícita de retratos poéticos da vida rural, não numa lógica narrativa antes sensorial.

Não por acaso, o título original era Lembranças da Vida Campestre, passando a Pastoral pouco tempo antes da sua estreia, a 22 de Dezembro de 1808, em Viena, no concerto em que, igualmente, estrearia a Sinfonia n.o 5, o Concerto para piano n.o4, op.58, e a Fantasia Coral, op.80. No programa de sala desse concerto, Beethoven fez imprimir uma pequena legenda explicativa para cada andamento.

Em forma sonata, o 1o andamento evoca o Despertar de sentimentos alegres na chegada ao campo. Profundamente sereno, o 2o andamento corresponde a uma Cena à beira do riacho, que termina elegantemente com o chilrear dos pássa- ros. Segue-se o Alegre convívio de camponeses, interrompido pelos Trovões e tempestade. Às melodias propositadamente rústicas segue-se uma violenta tempestade, na tradição barroco- -clássica, cheia de efeitos onomatopaicos. Por último, o Canto do pastor: sentimentos alegres e gratos após a tempestade, hino de gratidão para com a Natureza.