ENSEMBLE DARCOS > 12 & 13 OUT

12 outubro / sábado / 19h00 ANFITEATRO CHIMICO, MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA, LISBOA / entrada gratuita

13 outubro / domingo / 17h00 IGREJA DO CAS RUNA, TORRES VEDRAS
entrada gratuita

M. Ravel (1875 – 1937)

Sonata para Violino e Violoncelo

I. Allegro
II. Très vif
III. Lent
IV. Vif, avec entrain

P. Faria Gomes (n. 1979)

Elegia para violoncelo solo

W. A. Mozart (1756 – 1791)

Divertimento para trio de cordas em Mib Maior, K.
I. Allegro II. Adagio
III. Minuetto (allegretto) IV. Andante

ENSEMBLE DARCOS

Ficou para a História a resposta de Maurice Ravel (1875-1937) sobre o seu relacionamento com o reputadíssimo Claude Debussy (1862-1918), “prova- velmente é melhor para nós mantermos gélidos termos por razões ilógicas”. Não por acaso, após a morte de Debussy, Ravel viria a ser considerado o principal compositor francês.

No ano seguinte, La Revue Musicale publicaria um suplemento em homenagem ao compositor defunto, contando com contribuições da elite musical parisiense de então, Bela Bartók (1881-1945), Paul Dukas (1865-1935), Manuel de Falla (1876-1946), Erik Satie (1866-1925), Igor Stravinsky (1882-1971) e Ravel, com um allegro para violino e violoncelo, génese da futura sonata. Escrita entre 1920-22, dedicada à memória de Debussy, e estreada a 6 de Abril de 1922, a sonata M.73 tem como enfase compositivo a melodia e a transformação temática cíclica. A figuração inicial do violino, com a sua ambiguidade tonal maior-menor percorre toda a obra, num gesto de economia de meios mas também de grande unidade, a que se vem juntar a apetência por ambi- entes decalcados do folclore húngaro.

Doutorado em composição pelo Royal College of Music, Londres, Pedro Faria Gomes (n.1979) compôs Elegia entre Março e Abril de 2007, no seguimento de uma encomenda do Prémio Jovens Músicos 2007 / Rádio e Televisão de Portugal. Para violoncelo solo, trata-se, nas palavras do compositor de “um lamento sobre a perda desnecessária”, em dois planos contrastantes, um exterior “em toada mais forte e rápida” e outro mais interior “lento e piano, em recolhimento”.

Completado a 27 de Setembro de 1788, no mesmo ano em que Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) escreveu as últimas sinfonias (nos 39, 40 e 41), o Divertimento para trio de cordas K.563 é uma obra incomparável no seu género. Dedicado a Johann von Puchberg (1741-1822), amigo e facilitador de um empréstimo a Mozart nesse preciso ano, o Divertimento está divido em seis andamentos, contrastantes entre si, apresentando uma intensidade mais próxima da música concertante do que da música de câmara e provocando espanto pela riqueza contrapontística da relação de forças entre instrumentos, num diálogo musical ininterrupto.