
O Ensemble Darcos é um dos mais prestigiados grupos de câmara portugueses, reconhecido e respeitado tanto por especialistas como pelo público. Criado em 2002 pelo compositor e maestro Nuno Côrte-real, tem como propósito a interpretação dos grandes compositores europeus de música de câmara, tais como Beethoven, Brahms ou Debussy, e a música do próprio Côrte-Real, conferindo-lhe, assim, contornos de projeto de autor com uma versatilidade singular.
O Ensemble Darcos varia a sua formação consoante o programa que apresenta, de duos a quintetos, até à típica formação novecentista de quinze músicos. Tendo como base o violoncelista Filipe Quaresma, o violinista Gaël Rassaert, o pianista Helder Marques e a violetista Reyes Gallardo, convida regularmente músicos de excelência oriundos de várias regiões do globo, destacando-se, entre muitos outros, o pianista António Rosado, a violetista Ana Bela Chaves, o violoncelista Mats Lidström, os violinistas Massimo Spadano, Giulio Plotino e Junko Naito, ou o percussionista Miquel Bernat. Interpreta regularmente programas líricos, sempre com grande sucesso, convidando alguns dos mais interessantes cantores portugueses, tais como Ana Quintans, Dora Rodrigues, Eduarda Melo, Job Tomé, Lara Martins, Luís Rodrigues, entre outros. Em 2006, o Ensemble Darcos iniciou uma residência artística em Torres Vedras, integrando, desde 2008, a Temporada Darcos então criada também sob a direção de Côrte-Real.
Da sua regular e prolífera atividade concertista, destacam-se os concertos na sala Magnus em Berlim, a interpretação do Triplo Concerto de Beethoven, na igreja de St. John’s Smith Square, em Londres, a participação regular nos Dias da Música de Belém, Lisboa, a participação no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim em 2014, e concertos no Budapest Music Center e na Embaixada Portuguesa em Moscovo. Em Janeiro de 2010, o Ensemble Darcos gravou para a RTP uma série de canções de Cole Porter com os cantores Sónia Alcobaça e Rui Baeta, programa apresentado em Lyon, França, em parceria com a Camerata du Rhône. O CD “Volupia” (Numérica 2012) foi o primeiro trabalho discográfico do grupo e inteiramente dedicado à obra de câmara de Nuno Côrte-Real. Seguiram-se “Mirror of the Soul” (Odradek 2016), “Lagarto Pintado” (Artway Records 2019), “Agora Muda Tudo” (Odradek 2019), “Cante” (Odradek 2020) e “Time Stands Still” (Artway Records 2020).

Nuno Côrte-Real
Direcção artística
Nascido em Lisboa em 1971, Nuno Côrte-Real tem vindo a afirmar-se como um dos mais importantes compositores e maestros portugueses da atualidade. Recentemente ganhou, consecutivamente, o prémio de Melhor Trabalho de Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2018 e 2019, com o ciclo de canções “Agora Muda Tudo” e a ópera “Canção do Bandido”, respetivamente. Das suas estreias destacam-se “7 Dances to the death of
the harpist” na Kleine Zaal do Concertgebouw em Amsterdam, “Pequenas músicas de mar” na Purcel Room em Londres, “Concerto Vedras” na St. Peter’s Episcopal Church em Nova York, “Novíssimo Cancioneiro” no Siglufirdi Festival em Reikiavik, e “Andarilhos” – música de bailado na Casa da Música no Porto.
A sua discografia inclui discos editados nacional e internacionalmente em vários géneros musicais, desde a música de câmara à música coral, música sinfónica e ópera. Destacam-se “Volupia”(Numérica 2012), “Mirror of the Soul” (Odradek 2016), “Agora Muda Tudo” (Odradek 2019), “Lagarto Pintado” (Artway Records 2019, “Cante” (Odradek 2020) e “Time Stands Still” (Artway Records 2020).
No mundo cénico, Nuno Côrte-Real tem trabalhado com alguns dos principais nomes da ópera, teatro, literatura e cinema portugueses. Como maestro, Nuno Côrte-Real já dirigiu a Mahler Chamber Orchestra, Orquestra Sinfonica Giuseppe Verdi, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquesta Ciudad Granada, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta de Extremadura, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, para além de inúmeros projetos com o Ensemble Darcos.
É fundador e diretor artístico do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara que se dedica à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e assina artisticamente a Temporada Darcos. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, e, em 2003, foi-lhe atribuída a medalha de Mérito Grau Prata da Câmara Municipal de Torres Vedras.

Gael Rassaert
Violino
Depois de iniciar sua carreira no mundo da música clássica, Gaël Rassaert gradualmente derivou para a cena musical contemporânea com projetos multidisciplinares que cruzam esta estética musical. Estudou violino com Elizabeth Balmas e Claire Bernard no Conservatoire National Supérieur Musique et Danse de Lyon, graduandp-se em 1995. Foi para Utrecht, na Holanda, para estudar sob Philip Hirshhorn. Completou seus estudos em Aachen, Alemanha,
com Charles-André Linale. É influenciado por artistas como Menahem Pressler, György Kurtág e até membros da Amadeus Quartet, de quem também recebeu conselhos. Ganhou vários concursos de música de câmara.
Apresentou-se em trio e quarteto em França, Alemanha, Áustria, Suíça, Portugal, Índia, Coreia do Sul, Sri Lanka, Paquistão, Tailândia, Venezuela, Índias Ocidentais e EUA. Gaël é apaixonado por partilha e ensino de conhecimento. Lidera regularmente o sector educacional em projetos com alunos de cordas de conservatórios e escolas de música. Gaël Rassaert foi um membro da European Camerata liderado pelo violinista Laurent Quenelle, e solista com a Orchestre Chalon-Bourgogne. Juntas, essas várias experiências motivaram-no a criar a orquestra de cordas La Camerata em 2004, assumindo o musical e direção artística. Ingressou no Ensemble Orchestral Contemporain como solista em 2007, sob a batuta de Daniel Kawka. Esta orquestra de 15 membros re-descobre com ousadia repertórios desde o início do século XX até os dias atuais, bem como encomendas de compositores e gravações monográficas (Hugues Dufour, Pierre Boulez, Ondrej Adamek). Gravou B-Partita de Philippe Manoury, lançado em Maio de 2019 no selo austríaco Col Legno. No final de 2020, ele também executou o solo de violino com o mesmo ensemble no concerto Missing II de Edith Canat de Chisy, sob a batuta do novo diretor artístico, Bruno Mantovani.
É violinista do Ensemble Darcos em Portugal, tendo como músico o compositor Nuno Côrte-Real diretor. Juntamente com o ensemble, faz regularmente concertos para as rádios portuguesas e televisão, e gravou vários álbuns (Volupia, Mirror of the Soul, Agora Muda Tudo, Cante, Florbela / Porter). Além de músico de câmara, solista e diretor musical, Gaël Rassaert é frequentemente convidado a ser solista da Orchester National de Lyon, Opéra National de Lyon e Orchestre des Pays de Savoie.

Paula Carneiro
Violino
Paula Carneiro nasceu no Porto e iniciou os estudos musicais aos 7 anos na Academia de Música de Espinho. Estudou violino com Roumiana Badeva acabando o 5º grau com 19 valores. Em 2001 ingressou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave – ARTAVE – na classe de António Soares.
Em música de câmara trabalhou com Jan Pipal, Zoltan Santá e António Ferreira tendo efectuado alguns recitais em Portugal e posteriormente em Toulouse – França. Acabou o curso complementar de Violino com a nota máxima a violino de 20 valores.
Frequentou classes de aperfeiçoamento com os violinistas Alexei Mikhlin, Aníbal Lima, Gerardo Ribeiro, Igor Oistrakh.

Reyes Gallardo
Viola
Reyes Gallardo finaliza o Curso Superior de violino no Conservatório Superior de Música de A Coruña em 1995. No ano de 1996, com bolsas de estudo da Diputación de A Coruña e Fundación Pedro Barrié de la Maza, prossegue os seus estudos de violino na Holanda finalizando a licenciatura em 2001 no Conservatório de Roterdão com o professor Misha Furman. Nesse mesmo ano frequenta uma pós-graduação no Conservatório de Amsterdão com o professor Kees Koelmans com o qual começa os estudos em violino barroco. Entre 2008 e 2010 estudou viola de arco com a Anabela Chaves. É membro fundador do Ensemble Darcos e chefe de naipe da Orquestra Barroca Casa da Música desde a sua criação.

Filipe Quaresma
Violoncelo
Filipe Quaresma, “…um dos mais interessantes músicos portugueses da actualidade” (Jornal Público), com uma “….forma precisa e soberbamente articulada de tocar, cheia de paixão e muitas vezes bastante contemplativa…” (The Strad Magazine) concilia a sua intensa carreira a solo e de música de câmara com a actividade de professor na ESMAE, a Orquestra Barroca da Casa da Música, o Darcos Ensemble, o Remix Ensemble, o Sond’Ar- te Electric Ensemble e a Orchestre Révolutionnaire et Romantique de Sir John Eliot Gardiner.
Já se apresentou nas principais salas portuguesas e europeias, entre as quais se destacam Casa da Música, Fundação Gulbenkian, CCB, Carnegie Hall de Nova Iorque, Elbphilharmonie de Hamburgo, Philharmonie de Paris, Berliner Philharmoniker, Royal Albert Hall, Wigmore Hall, Concertgebouw, Tonhalle Zürich, Wiener Konzerthaus, Musikverein, Philharmonie Luxembourg e Palau de la Musica de Barcelona, trabalhando com os mais prestigiados músicos portugueses e estrangeiros da actualidade.
Estudou na EPABI (Covilhã) com Rogério Peixinho, na Royal Academy of Music (Londres) com David Strange e Mats Lidström, e na Scuola di Musica di Fiesole (Itália) com Natalia Gutman. Obteve vários prémios e bolsas de estudo de prestígio nacional e internacional, sendo de destacar o título ARAM (Associate Royal Academy of Music) atribuído em 2010.
A sua discografia é extensa, sempre com as melhores críticas, destacando-se “Sonatas for cello and piano” (2017) com o pianista António Rosado, e, pela etiqueta norte-americana ODRADEK (2018), o CD com o Concerto para Violoncelo e Orquestra de Luís Tinoco, gravado ao vivo na sua estreia no CCB em 2017.
Filipe Quaresma toca com um violoncelo de Christian Bayon e um violoncelo barroco de António Capela.

Pedro Wallenstein
Contrabaixo
Nasceu em 1954 nos Açores, fez os seus estudos musicais na Academia de Amadores de Música, no Conservatório Nacional de Lisboa e pós-graduou-se na Guildhall School of Music and Drama de Londres, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Ao longo de quatro décadas desenvolveu uma actividade muito diversificada em todas as áreas da produção musical, que inclui ainda a musica antiga, o repertório de câmara e apresentações como solista em recitais e concertos.
Membro da antiga Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos é actualmente solista da Orquestra Sinfónica Portuguesa. Ensinou na Escola Profissional de Música de Évora, na Fundação Musical dos Amigos das Crianças, onde introduziu em Portugal o ensino do Contrabaixo para crianças muito jovens, e ainda na Academia Nacional Superior de Orquestra, simultaneamente orientando e ministrando inúmeros seminários e “master-classes” por todo o país. Desenvolveu paralelamente um profundo interesse pelas questões da Propriedade Intelectual na Criação Artística, sendo membro fundador da GDA- Gestão dos Direitos dos Artistas em 1995, e seu Presidente desde 1998.

Helder Marques
Piano
Discípulo de Maria Christina Lino Pimentel, Jorge Moyano, Pietro De Maria e Roberto Szidon. Trabalhou ainda com João Paulo Santos, Nuno Vieira de Almeida, Siegfried Mauser e Christian de Bruyn. Tem colaborado com diferentes instituições na correpetição e direcção de ópera. É frequentemente requisitado para acompanhar masterclasses e provas de concurso de jovens cantores e instrumentistas. Pianista do Ensemble Darcos, apresentou-se em recitais a solo, com orquestra e de música de câmara. Presentemente acumula funções de professor acompanhador na Escola de Música “Luís António Maldonado Rodrigues” e na Escola de Música do Conservatório Nacional.